Este blog tem por finalidade promover a discussão, troca de experiências e suporte para os professores de Educação Inclusiva da Rede Municipal de São Vicente e demais interessados.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012


 “... Noah é a razão que nos fez mudar de Nova York. Por causa dele, nossa casa é uma eterna bagunça,nossa mobília está sempre suja, o veludo do sofá é duro de saliva seca.Ele é a razão pela qual nossos lençóis tem os cantos desfiados,onde ele os mastigou,os livros não têm todas as páginas,porque ele as arrancou,meus tanques de plásticos estão amassados e meus soldados da infantaria (dos quais ainda gosto muito,mesmo aos 14 anos ) têm marcas de dentes,e nossas janelas estão sempre embaçadas com o resíduo de seu cuspe. Ele é o motivo pelo qual não podemos sair de férias, porque ninguém pode dormir até tarde, porque não posso me assentar para assistir à tevê com um saco de batatas fritas, porque ele quer o pacote inteiro.Tudo sempre gira em torno de Noah, por causa de Noah. Sem dizer uma única palavra, ele dita os termos de nossa vida. ...”
O texto acima, foi retirado do livro “Sinto-me só” de Karl Taro Greenfeld, um jornalista,que tem um irmão autista. É um livro tocante, pois nos mostra toda a dinâmica de uma família que tem um filho autista. Suas angústias, sonhos, frustrações, ansiedades, medos,etc.
Sempre busquei relatos,histórias,filmes sobre autismo, e, esse livro,em especial,me emocionou muito,pois mesmo conversando com os vários pais de alunos autistas, que venho encontrando ao longo dessa jornada,nunca havia mergulhado tão intensamente nesse mundo cheio de emoções e sentimentos.
Sou suspeita ao falar sobre autismo, pois o tema sempre me fascinou. GOSTO DE DAR AULA PARA PESSOAS COM AUTISMO!
É necessário estar preparado o tempo todo para lidar com o novo, com o inesperado.
E refletindo sobre algumas práticas pedagógicas, que hoje em dia encontramos em vários livros inclusivos, acredito cada vez mais que, se não houver sensibilidade, amor e respeito, todo o nosso conhecimento teórico vai pelo ralo.
Precisamos estudar, pesquisar. Elaborar um currículo adaptado e funcional, ter em nossas mãos, materiais pedagógicos que proporcionem a construção do conhecimento, estimulem o sensorial, a criatividade, bem como a capacidade de atenção e memorização.
Enfim,poderia enumerar vários itens que conhecemos (ou não), que são vistos em livros, sites, etc e discutidos em nossas reuniões.
Mas, no início, falei de emoção, sentimento.E isso só é possível se houver envolvimento.
Precisamos nos envolver para termos sensibilidade e respeito.
Precisamos nos envolver para termos Amor.
Precisamos nos envolver com nosso trabalho, com nossos
alunos ... sua história ... sua família ...
Precisamos nos envolver,nos sensibilizar!
Precisamos amar o que fazemos!
(Denise Aparecida –ATP /Departamento de Educação Inclusiva)








sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Inclusion

 
Caro professor, assista e reflita!!!!

ENSINAR PARA COMPREENSÃO

         
         Foi o tema de um curso realizado na Universidade de Harvard, em 1998, mas acredito que ainda é atual.
          
          "Ensinar para a compreensão" é sobre essa premissa que devemos iniciar uma reflexão quanto: - O ambiente que criamos em sala de aula esta direcionado e envolvido por esse objetivo quando se trata de Educação Especial?

          Vivemos hoje envoltos por várias tendências pedagógicas, crises de valores, um emaranhado de conceitos que transitam entre os novos e os velhos paradigmas educacionais. Os parâmetros curriculares, inclusão, Diretrizes e outros assuntos, os quais passamos os dias escutando, fazendo cursos e discursos.

          Os termos ensino-aprendizagem, interdisciplinaridade, construção do conhecimento, aprendizagem significativa e tantos mais, se incorporam de tal modo ao nosso vocabulário que até perdemos o número de vezes que os pronunciamos. No entanto, voltemos à questão:

          - Será que estamos criando um ambiente em sala de aula considerando de verdade todos, alguns ou pelo menos um deles?

          Penso e quero acreditar que sim...

          A escola precisa e está mudando, mudando para melhor.

          É certo que demanda tempo, a mudança precisa assim como a aprendizagem de Piaget, tempo de assimilação e acomodação para então se incorporar.

          Mas para compreender a mudança não só é necessário conhecê-la, mas, sobretudo aplicá-la. Somente no dia-a-dia dando vida a este arsenal teórico é que podemos certamente levar nossos alunos a compreender o sentido real da aprendizagem.

          E é isso que fazemos, ao criar para nossos alunos com necessidades especiais, um ambiente pedagógico agradável e produzido com seriedade e carinho. Traduzimos a importância de se propor um trabalho cujos objetivos vão de encontro aos anseios pedagógicos atuais.

          Aulas permeadas por jogos; brincadeiras; dramatizações; teatrinhos; desenhos; canto de leitura; culinária; passeios...  - trabalhando conceitos, conteúdos, valores éticos - conduzirão pelos caminhos da educação inclusiva tentando construir um conhecimento significante. Sem paternalismo e sim profissionalismo.

          Não é fácil, todavia é preciso empenhar nossas forças na realização de um fazer pedagógico respeitando a condição individual de cada aluno sem deixar perdido o olhar da classe como um todo. Todo que é parte e faz parte desta sociedade.     

             

Departamento de Educação Inclusiva   

segunda-feira, 29 de outubro de 2012


Bula Da Felicidade


Identificação do Produto

* Forma de apresentação:
Pastilha de essência colorida. Embalagem com a quantidade desejada.
* Composição:
Cada pastilha contém:
Contentamento........................................................... inigualável
Excipientes: Amor, Autoconhecimento, Bem-estar, Bom humor, Coragem, Despreocupação, Esperança, Fé, Garra, Harmonia
, Imaginação, Jovialidade, Lenidade, Melodia, Nostalgia, Obstinação, Paciência, Querença, Raio-de-sol, Sensibilidade, Ternura, além de outros tantos não mencionados, a despeito de serem cruciais, da mesma forma.

Informações ao Paciente
Felicidade
possui em sua formulação o Contentamento.
Felicidade age no organismo promovendo o conforto do coração e o aquecimento da alma.
* Mantenha Felicidade na temperatura ambiente, protegida do estresse diário e do desânimo fatal.
* Prazo de Validade: infinito, a partir da data de constatação, desde que devidamente preservada dos males inibidores do Contentamento.


* Se ocorrer gravidez durante o tratamento com Felicidade, a dosagem será dobrada imediatamente e seu médico deverá ser informado, logicamente.
* Não interrompa o tratamento de forma alguma, por pior que seja a situação.
* Fique atento ao surgimento de reações desfavoráveis, as quais possam ameaçar a ação do medicamento, tais como: medo da dor, indigestão causada por mentiras e falsidades, vertigem pela fraqueza do corpo, abatimento diante de obstáculos, cansaço e pensamentos de desistência, irritação com outros pacientes em potencial, sofrimentos desnecessários, compulsão de qualquer espécie, queda de cabelo pelas preocupações financeiras, vômito e diarréia emocionais.

* Este medicamento deve ser mantido o mais perto possível de crianças, adultos e idosos.

* Recomenda-se que Felicidade seja administrada com alimentação saudável e exercícios físicos diários.
* Não existe contra-indicação. Quanto maiores forem as mazelas, maior a eficácia do medicamento.
* Não existe precaução. No entanto, ainda há seres que se autoproíbem de tal sensação.
Informações Técnicas
* Características: o Contentamento é um agente de natureza entorpecente, apesar de não ser tóxico, derivado da união de bons sentimentos, atitudes indiscutíveis, e grandes sonhos, com a sensatez, o (re) conhecimento e a constância. Assim, o mecanismo de ação do Contentamento está amplamente esclarecido e ele é multifatorial. É admitida como principais ações: promove maior fluxo de energia, total alívio para dores corporais e emocionais, estimula o crescimento interior, aumenta a vontade de reagir ante os infortúnios, renova a disposição mental. Portanto, é um complemento eficaz da determinação pela vida, a qual concentra elevado nível de pesares. O Contentamento é absorvido rapidamente pelo coração. A concentração plasmática máxima ocorre instantaneamente em pacientes que estejam debilitados em demasia, ou com retardo de alguns momentos na falta de ousadia. O volume de distribuição estimado na fase de equilíbrio é de 100% do corpo, na impossibilidade de se mensurar a ocorrência na alma. Somente é excretado por vontade do paciente. Portanto, não existe meia-vida de eliminação. O Contentamento sofre metabolismo variado, de acordo com o organismo em contato.
* Indicações: Felicidade é indicada para o tratamento de enfermidades físicas e psicológicas.
* Posologia: a posologia recomendada, igualmente, para crianças, adultos e idosos é uma quantidade infindável de pastilhas de essência colorida.

* Superdosagem: existem raros relatos a respeito de superdosagem, pois Felicidade causa dependência excepcional e pode perturbar a ordem global.

 

Distribuição gratuita pela Vida

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

ATENÇÃO PROFESSORES!!!!!

Lembrando que na próxima 5ª feira (25/10/2012), acontecerá nossa reunião pedagógica no CECAP.
Período da manhã  às 8 horas e período da tarde às 13h30'.
Contamos com a sua presença.

Depto. de Ed. Inclusiva.

                                                                                                            

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Continue a dar bons frutos


Mensagem Dia do Professor


Você tem um valor grandioso professor,
cumprindo o seu papel de ensinar, de levar conhecimento
a pessoas que os terão aplicados e aprendidos
pelo o resto da vida.

O que seria do maior de todos os seres se não existisse o professor,
onde estariam os médicos, engenheiros, diplomatas,
enfim se não pudesse contar com a sua atuação.

Pensando dessa maneira fica mais fácil perceber
o quanto você é importante, tem valor e precisa
cada vez mais ter um lugar de destaque.

Agradeço-lhe por tudo, inclusive pela dedicação
ao ensinamento, pelo dom que tão bem aplica.
A quem tanto faz para o bem da humanidade,
os meus parabéns pelo o dia do professor.

Continue a dar bons frutos!

terça-feira, 25 de setembro de 2012


SURDEZ, BILINGUISMO E INCLUSÃO

Autores: Michelle Marques Carmozine e Samanta C.C. Noronha

"Quando eu aceito a língua de outra pessoa, eu aceito a pessoa.
Quando eu rejeito a língua, eu rejeitei a pessoa porque a língua é parte de nós mesmos.
Quando eu aceito a língua de sinais, eu aceito o surdo, e é importante ter sempre em mente que o surdo tem o direito de ser surdo. Nós não devemos mudá-los, devemos ensiná-los, ajudá-los, mas temos que permitir-lhes ser surdo."   
Terje Basilier

 

O Brasil passou a ser considerado um país bilíngue desde o dia 24 de abril de 2.002 a partir da promulgação da lei de nº10.436 sendo a Língua de Sinais Brasileira (Libras), reconhecida como segunda língua oficial.

Ao longo dos anos o Ministério da Educação (MEC) vem implantando a política de educação inclusiva. Sendo assim as escolas regulares passaram a receber um expressivo contingente de alunos Surdos e com déficits auditivos.

O decreto 5.626 de 22 de dezembro de 2.005 regulamenta o atendimento especializado a este alunado na sala regular de ensino, bem como define o papel de outro personagem importante: O intérprete de Libras, profissional fundamental, com formação específica, que é o responsável pela mediação da comunicação entre Surdos e ouvintes através da língua de sinais.

A Libras é reconhecida pela linguística como língua, pois possui gramática própria, bem como mecanismos morfológicos, sintáticos e semânticos; pesquisas também comprovam que o seu reconhecimento ocorre do lado esquerdo do cérebro, ou seja, aquele relacionado à língua.

 A língua de sinais brasileira, como quase todas as línguas, é uma língua viva e possui os requisitos científicos para ser considerada um instrumental lingüístico de poder e força, de uso e produto social.

De modalidade visuoespacialquirêmica (visuo - visão, espacial – espaço/área, quirêmica – com o uso das mãos), é a língua primeira (L1) dos Surdos.

Pela limitação sensorial, estes alunos não adquirem naturalmente a Língua Portuguesa: língua segunda (L2), sendo considerada como um aprendizado mecânico e artificial, o que reflete negativamente no desempenho escolar, onde geralmente passam a ser vistos com não capazes.

Historicamente a língua de sinais tem sido vista como secundária, e as instituições escolares tentam garantir o desenvolvimento da criança Surda, partindo para a busca de formas de aprendizagens próximas a dos ouvintes. Ocorrendo insucessos, visto que para o ouvinte a língua portuguesa se desenvolve como a língua de sinais para o Surdo, ou seja, como uma L1, língua primeira.  

Segundo Cummins (2003), crianças que vão para a escola com uma língua consolidada, terão possibilidades de desenvolver habilidades de leitura e escrita com maior consistência. Portanto, quando a criança Surda, no início de seu desenvolvimento, recebe a chance de aprender a língua de sinais com outro Surdo, aprende a narrar em sinais, a ler em sinais, e terá maior possibilidade de atribuir significado aos conceitos em língua portuguesa, capacitando-a para o bilinguismo.

A grosso modo, bilíngue é a pessoa que faz uso eficiente de diferentes línguas em diferentes contextos sociais. No caso do Surdo seria o conhecimento e uso da Libras e da língua portuguesa, na modalidade oral ou escrita.

Para que se efetive o bilinguismo social, no contexto escolar, é necessário que todo o contingente técnico e pedagógico da escola possua bons conhecimentos em Libras, pois o desconhecimento destes profissionais implica em dificuldades nas adaptações curriculares.

Em uma perspectiva bilíngue, o currículo deve ser organizado para garantir acesso a todos os conteúdos escolares na língua de sinais brasileira. Para tal o papel do intérprete nesses ambientes escolares é de primordial importância, no entanto, com frequência o profissional Intérprete de Libras, tem seu papel confundido com o do professor e acaba recebendo a função de tutorar o aluno Surdo, transferindo para si as responsabilidades por seu desenvolvimento pedagógico. O que não é o ideal, visto que mesmo com a presença do intérprete a responsabilidade é e sempre será do professor regente da sala, e isso inclui o aluno Surdo.

A inclusão é um desafio para todos, e o professor também precisa passar pelo processo de aprendizagem de ter no grupo um contexto diferenciado, com a presença de alunos Surdos e intérpretes de língua de sinais.

De forma geral os professores não dominam os conhecimentos necessários para a compreensão de processos de aprendizagem de uma língua quando a audição está ausente. Por este motivo é imprescindível a formação continuada, para a capacitação de educadores mais reflexivos, conscientes das necessidades educacionais, sociais e afetivas do alunado Surdo, assim como ter este novo olhar sobre a educação e o seu contexto atual.

Faltam aos professores regulares os conhecimentos relativos às metodologias de ensino de línguas, bem como à diferença entre metodologias de ensino de Língua Portuguesa como primeira e segunda língua.

O processo de inclusão é um desafio não só para o professor, mas principalmente para o Surdo, que é o indivíduo mais impactado com este novo contexto escolar, e envolvem tentativas e erros, situações inusitadas e ás vezes frustrantes.

 

Algumas ações importantes para o sucesso da educação inclusiva bilíngue:

·         Ofertar cursos de capacitação em Libras para os professores e demais profissionais interessados.

·         Envolver a família no trabalho pedagógico desenvolvido, bem como promover curso de língua de sinais aos pais e as crianças Surdas.

·         Incentivar a Libras como a primeira língua do Surdo, respeitando esta condição.

·         Capacitar os professores, às metodologias de ensino de língua portuguesa como primeira e segunda língua.

·         Assegurar as adaptações curriculares necessárias ao bom desenvolvimento do aluno Surdo.

·         Fornecer informações básicas sobre surdez, bem como a Libras para todos os envolvidos no processo educacional destes alunos.

·         Garantir a participação de um educador surdo na prática pedagógica na classe especial/sala de recursos multifuncional.

·         Evitar comportamentos de rejeição e superproteção.

·         Respeitar as particularidades educacionais, bem como a identidade cultural do aluno surdo.

·         Ter em mente a função do intérprete educacional e o seu papel dentro do ambiente escolar.

·         Entender que a inclusão trata-se de um processo diferenciado e que requer um novo olhar sobre as práticas pedagógicas.

·         Obter os conhecimentos básicos referente às diferentes perdas auditivas e saber reconhecer a influência das mesmas no desenvolvimento sócio-educacional do aluno Surdo.

·         Conscientizar-se de que a inclusão trata-se de um processo em desenvolvimento onde apenas com a participação efetiva de todos os envolvidos será possível buscarmos as respostas para as lacunas e faltas relacionadas existentes neste mesmo processo.